quinta-feira, 3 de setembro de 2009

No meio do Modernismo, tinha um Drummond.

Não há como começar a falar do “poeta da pedra”, sem antes citar a Semana de Arte Moderna, que ocorreu na década de vinte e trouxe a legião de poetas modernistas. Entre eles, Carlos Drummond de Andrade, que no ano de 1928 lançou na Revista de Antropofagia o poema “No Meio do Caminho”, que causou escândalo não só nesse mas dois anos depois publicado no primeiro livro do poeta, Alguma Poesia. Drummond é considerado atemporal, por isso a poesia que foi polêmica ainda causa debates e especulações. A mais célebre poesia de Drummond é sem métrica e com versos repetidos, motivo para muitos comentários. Pedra é o obstáculo e por mais que você vença a primeira pedra, sempre virão outras, por isso a repetição. Assim, na simplicidade das palavras,o poeta traz aos leitores a interpretação da vida.


No meio do caminho

No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.




Um comentário:

  1. É lindo pois pode significar tudo sendo tão simples, peguei para pesquisa da sala vão falar que sou boba, mas são eles que não entende uma coisa que tem que se ter imaginação.

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